Eu jogava direto o fantasy Yahoo do Utah Jazz Brasil – que o Rejão tinha acabado de largar e eu em vias de – e pensei “ah, um diferente, só pra brincar, tá safo”.
O ano era 2017. O Flamengo morria na fase de grupos da Libertadores…. Eu afundava mais e mais no trabalho…. Nem conhecia ou sabia jogar o tal LPV Bola Presa…. Entendi malzão como funcionava…
O ano é 2022. O Fla ganhou uma Libertadores! Eu troquei de emprego!
Em 2017, a liga que eu jogava (e competia por título) envolvia uma relação íntima minha com um app, infinitamente maior do que a interação com os outros 11 ou 15 queridos imbecis que também gastavam parte do seu precioso tempo droppando, addando e lendo o rotoworld.
E isso é o puro suco da LPV. É a parada mais aula de estar aqui.
Também acredito que pelo menos algum dos meus nobres confrades já se esbarrou na situação de estar deitado na cama tarde da noite, muitas vezes com alguma companhia ao seu lado, e essa pessoa te perguntar: “com quem você tanto fala aí?”, “quem é fulano LPV?”. Aliás, confesso que até já pensei em responder algo do tipo “ah é uma pessoa do trabalho”, mas fingi naturalidade para tratar o fato de estarmos muitas vezes proseando horas no zap sobre jogadores reais de uma liga imaginária como algo maduro e adulto. Ser da LPV é nunca estar sozinho. Mesmo.
“Isso é que nem cartola né amor, vale dinheiro? , “mas porque você ta aí 23h58 com gmail aberto?”, “ele é primo da Andreia e você não conhece mas conhece?”; “Quem é esse best?” são alguns meros feedbacks da minha esposa quanto à minha relação com esta bodega. Hoje, ela sabe deste meu caso de amor com a liga, e, embora ainda tenha ciúmes do “fantasy da planilha”, entende quando eu preciso de uns minutos sozinho, seja assimilando o golpe do Nikola Mirotic ter se mandado para Euroliga ou finalmente realizando que o Drummond era mais que um poeta, por exemplo.
A LPV é estranha. Ela simplesmente te traz uma espécie de obrigação moral e cívica de se esforçar e fazer um time minimamente aceitável para simular uma possibilidade de talvez, quem sabe, chegar aos playoffs e continuar brincando. E essa obrigação me diverte – e me emputece – há… 5 anos já!
5 anos. Passaram voando. Que venham mais fotos de filhos lindos, relatos de papais de 1a viagem, mais vídeos de promoções de viagens de turismo, mais papos sobre futebol, mais conquistas profissionais alcançadas, mais recuperações de saúde celebradas, mais mudanças de residência realizadas, mais conversas sobre emprego, mais conversas sobre o nada, mais ratatá pro registro anual de 3 em 3 anos do domínio, do site, do ftp, da marca e de etc.
Que venham mais propostas (in)decentes de trades.
Que venha, quem sabe, um encontro real dos amigos virtuais.
Que venha a 14a temporada da LPV.
Com amor,
DaniLove.